Após assassinato de prefeito de Granjeiro, vice assume nesta sexta-feira (27)
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O vice-prefeito Ticiano da Fonseca Félix (PSDB), o Ticiano Tomé, assumirá a prefeitura após o assassinato de João Gregório (PL), na última terça-feira. O vice-prefeito de Granjeiro, Ticiano da Fonseca Félix (PSDB), o Ticiano Tomé, toma posse nesta sexta-feira (27), às 15 horas, após o assassinato a tiros do prefeito João Gregório Neto (PL), na última terça-feira. Inicialmente, o presidente da Câmara Municipal, o vereador Luiz Márcio Pereira, negou que a cerimônia acontecesse nos próximos dois dias, mas com medo do município entrar em ‘colapso’, antecipou a admissão.
Um ofício de convocação para Sessão Extraordinária foi encaminhada aos vereadores ainda na tarde desta quinta-feira. Mais cedo, Ticiano Tomé e seu pai, o ex-prefeito de Granjeiro, Vicente Tomé, foram até a Câmara pressionar pela agilidade do processo de transição. “O Município não pode ficar sem prefeito”, afirmou Vicente.
Segundo o presidente da Câmara Luiz Márcio Pereira, a antecipação da posse, prevista para acontecer na próxima segunda-feira, foi uma forma de resolver os problemas do município. “A gente estava pensando (em segunda-feira) pela dor. Aquela revolta (com a morte). Mas não tem como gerir uma cidade”, explicou.
Como exemplo, o parlamentar citou o caso de uma criança que sofreu um acidente doméstico, nesta quinta-feira (27), causando traumatismo craniano, tendo que ser transferida para Fortaleza. “Não tem como contabilizar combustível, diária de motorista. Até o pessoal da limpeza pensando em abandonar”, enumerou. Em reunião com outros vereadores e a assessoria jurídica da Casa, houve um acordo para que Ticiano assumisse a gestão amanhã.
O crime
O prefeito João Gregório Neto, o João do Povo, foi assassinado enquanto caminhava próximo à parede do Açude Junco, no município do Cariri, a poucos metros de sua casa. De acordo com testemunhas, um carro aproximou-se do gestor e o suspeito efetuou os disparos. A Polícia Civil investiga o caso e já ouviu, pelo menos, cinco testemunhas.
A Polícia Civil realiza levantamentos com diversas equipes para descobrir a motivação e a autoria do homicídio. Entre as linhas de investigação estão a atuação política na região e a hipótese de crime passional.
Divergência
Apesar de integrarem a mesma chapa vencedora das eleições municipais de 2016, com 2.358 votos (52.39%), o prefeito e vice haviam rompido a aliança há pouco mais de oito meses, quando o grupo político de Ticiano fez denúncias contra João do Povo.
Operação
João do Povo foi alvo, em 2018, de uma operação da Polícia Federal, que investigava fraudes em licitações. De acordo com as investigações, o prefeito movimentou cerca de R$ 26 milhões em um período de dois anos na conta de um parente, beneficiário da aposentadoria rural. Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, a PF apreendeu R$ 213 mil em espécie guardados em caixas de sapato, na residência de João.
O advogado de defesa do prefeito, Igor César Rodrigues dos Anjos, afirmou que o cliente “era cidadão de bem, trabalhador, empresário e, acima de tudo, amigo de todos”. Sobre a Operação Bricolagem, rebateu que o João “passou a ser vítima de perseguições políticas, especialmente por aqueles que almejavam o cargo então ocupado. Resultado dessa perseguição foram as falsas acusações de fraude, que vinham sendo alvo de investigações, sem oferecimento de qualquer denúncia até então”. (Por Antonio Rodrigues/Blog, Diário Cariri)