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Em alta no ano passado, bares e restaurantes do Cariri sofrem queda e demitem 1.700 pessoas

Em alta no ano passado, bares e restaurantes do Cariri sofrem queda e demitem 1.700 pessoas

Foto: Reprodução
No fim do ano passado, a região do Cariri cearense era vista no restante do país como um mercado promissor para o setor alimentício. Pela primeira vez, aconteceria em Juazeiro do Norte, entre os dias 24 e 26 de março, o encontro anual da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), um evento que até então era reservado para para as capitais. A pandemia do novo coronavírus adiou o evento e gerou uma onda de demissões na região. 

O problema estacionou as expectativas e, de acordo com analistas, provocou um baque inédito na curva ascendente de crescimento. “Bares e restaurantes eram os maiores empregadores da região no ano passado. Isso puxava a economia para cima, o fechamento vai ocasionar um impacto muito grande”diz o Diretor Executivo da Abrasel, Taiene Righetto. 

Ele se refere aos três decretos governamentais que fecharam o comércio desde o dia 20 de março. “A associação não é contra a quarentena, só pedimos ao governador mais previsibilidade nos decretos”, argumenta. Uma carta foi enviada ao governo explicando que, o setor trata com produtos perecíveis, seria preciso saber com antecedência quando voltarão a poder funcionar, para organizar o estoque. 

Demissões 
Um levantamento interno da Abrasel mostra que, no Ceará já há cerca de 45 demissões no setor. No Cariri, segundo Taiene, já são ao menos 1.700 demissões. Com as portas fechadas, os empresários precisam enxugar a folha de pagamento e, muitas vezes, investir em delivery. 

Estudos do ano passado mostram que a região do Cariri – principalmente Crato, Juazeiro e Barbalha -, abria cinco novos estabelecimentos a cada 15 dias. Isso tratando dos registros formais de bares e restaurantes, sem contar os informais. 

Delivery 
Ademais, segundo Righetto, o setor de delivery representa cerca de 30% do faturamento. Mas com muitos restaurantes aderindo à prática, há uma concorrência maior. “Já temos um mês de decreto, as pessoas passam a poupar mais dinheiro agora e diminui os pedidos”. Com isso, o lucro com delivery cai para 15%. 
“Não tenha dúvidas que seria pior se não fosse a Medida Provisória 936 do Governo Federal, que paga e complementa a folha de pagamento de empresários por dois meses”, destaca o diretor. 
Empréstimos 
No Cariri, a Abrasel acredita que muitos empresários já estão demitindo. Muitos devem apelar para capital de giro. “Aqueles que sobreviverem deverão pedir empréstimos; mesmo quando acabar a quarentena, a volta do público vai ser aos poucos”, reforça Taiene. 

Em Crato, Juazeiro e Barbalha, a Abrasel conta com 43 estabelecimentos entre os principais bares e restaurantes. Contudo, assim como em outros locais, a associação prevê que muitos empresários da região fecharão as portas permanentemente durante a crise. Uma queda significativa para a economia local. 

Fonte: Site Miséria

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