Ao contrário do PT, Camilo Santana sinaliza ser contra impeachment de Bolsonaro
📸Legenda: O governador cearense disse que vai continuar tentando unir PT e PDT em torno de um projeto eleitoral na Capital - Foto: Thiago Gadelha |
"Remédio é pressão popular", disse o governador cearense em entrevista ao
programa Roda Viva, da TV Cultura
O governador Camilo Santana (PT) evitou, na noite de segunda-feira (8), em
entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, dar apoio e sinalizou ser
contrário a pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Para
Camilo, o remedio é "pressão popular". A declaração do governador cearense
vai no sentido oposto à postura do seu partido, o PT, e até de aliados como
o PDT.
“Impeachment é o extremo e precisa ter motivos legais, como diz a Constituição. Daqui a dois anos e meio nós temos uma eleição. É muito ruim um impeachment para o Brasil”, defendeu o governador.
O petista fez críticas ao governo federal, mas disse que não vê as
instituições democráticas no Brasil como ameaçadas, neste momento. Ele
considera, entretanto, que a população precisa ficar em alerta.
Quando falou sobre a pandemia do coronavírus, Camilo Santana elevou o tom
contra o que considerou como "falhas" do governo federal. Para ele,
Bolsonaro "incentivou" as pessoas irem às rua e descumprirem as
recomendações de saúde e de isolamento social, além de ainda inflamar
ataques contra as instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal
(STF) e o Congresso Nacional.
"Precisou o STF tomar uma decisão para que estados e municípios tomassem as medidas corretas em relação à pandemia, porque faltou (coordenação da) federação. A falta da federação para enfrentar a pandemia é o maior problema que nós estamos enfrentando", disse.
Alianças
Camilo também falou sobre o cenário político nacional, mais especificamente
em Fortaleza, e disse que irá continuar lutando por um diálogo entre o PT e
o PDT.
"Eu sou um otimista, acredito que sempre será possível (unir PT e PDT), porque nós temos muito mais convergência do que divergência", enfatizou o governador.
Durante a entrevista, inclusive, Camilo defendeu que o PT e o PDT dialoguem
sobre uma aliança em torno de uma candidatura em Fortaleza e deixou claros
alguns pontos de divergência com seu partido, principalmente no que diz
respeito a ter candidatura própria em todas as capitais.
Para Camilo, é um "equívoco" do ex-presidente Lula não participar e fazer
críticas à frente suprapartidária que está em diálogo em "defesa da
democracia".
Fonte: Diário do Nordeste