Ex-deputado cearense pode ser o segundo político condenado pelo Supremo na Lava-Jato
Aníbal Gomes é suplente na atual legislatura - Foto: José Leomar |
Aníbal Gomes é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela
Procuradoria Geral da República
O ex-deputado federal cearense Aníbal Gomes pode ser o segundo político
condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava-Jato. Caso seja condenado,
a pena pode passar de 60 anos de prisão.
Ontem, em sessão da 2º turma do Supremo, os ministros Edson Fachin, relator
do caso, e Celso de Mello, revisor, votaram pela condenação do
ex-parlamentar. No entendimento deles, Aníbal cometeu crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, envolvendo acordos entre a Petrobras e
empresas com atuação no Porto de Santos, por meio de escritórios de
advocacia. Os negócios, aponta o processo, teriam resultado em uma propina
de R$ 3 milhões.
Aliado de Renan Calheiros, ex-presidente do Senado, Aníbal responde também
à acusação de corrupção ativa, mas os dois primeiros ministos votaram pela
absolvição neste crime.
O julgamento deve ser retomado na próxima terça-feira (9), com o voto do
ministro Ricardo Lewandowski. Em seguida devem votar Gilmar Mendes e Cármen
Lúcia.
Acusação
A Procuradoria Geral da República acusa Aníbal Gomes de firmar acordo de R$
69 milhões com escritório de advocacia para intermediar negócios entre a
Petrobras e as empresas em questão. Do montante, teria saído os R$ 3 milhões
em propina, aponta a denúncia do Ministério Público, que foi acatada pelo
voto dos dois ministros, até o momento.
O ex-deputado Nelson Meurer (PP-PR) foi o primeiro político condenado pelo
STF no âmbito da Lava-Jato, em maio de 2018, também na segunda turma. Ele
pegou 13 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A defesa do ex-parlamentar cearense nega as acusações. Os advogados
tentaram adiar o julgamento da ação penal, que está ocorrendo por meio
virtual, mas o STF não acatou o pedido.
Escrito por Inácio Aguiar/Diário do Nordeste