IFCE de Juazeiro do Norte terá túnel de desinfecção contra o novo coronavírus
📸Legenda: O protótipo será desenvolvido com características semelhantes a este (foto) e deve ficar pronto no início do retorno as aulas presenciais - Foto: Divulgação |
Sistema permitirá a desinfecção da bagagem de alunos, servidores e
professores em até 25 segundos. O protótipo deve ficar pronto no retorno das
aulas presenciais
Como uma medida de combate à Covid-19, o campus de Juazeiro do Norte do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
implantará um túnel de desinfecção de bagagem escolar. A expectativa é que o
sistema esteja pronto quando as aulas presenciais forem reiniciadas, ainda
sem data definida, em agosto ou setembro. O equipamento proposto é
automatizado com esteira transportadora e roletes para movimentar bolsas e
mochilas de alunos, servidores e professores que frequentam a instituição de
ensino.
O projeto, junto com um lavatório automático para as mãos, foi um dos
contemplados na chamada interna conjunta do IFCE de apoio a projetos de
pesquisa, pós-graduação, inovação, extensão, ensino e gestão para o
enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus
(Sars-Cov-2).
Segundo o coordenador do projeto, o professor Alexandre Diniz, a ideia
surgiu a partir dos professores, que buscaram um sistema de solução eficaz,
viável e de baixo custo que possibilitasse o atendimento à comunidade diante
da emergência de saúde pública decorrente da pandemia.
“O túnel de desinfecção de bagagem escolar foi inspirado nos modelos do túnel de desinfecção pessoal e do túnel de bagagem de inspeção de RX dos aeroportos”, conta.
A desinfecção das mochilas e bolsas é feita por vários microaspersores que
produzem uma névoa por todos os lados da superfície dos objetivos. O tempo
de desinfecção é de 20 a 25 segundos, período recomendado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) necessário para a desinfecção de
superfície e objetos com produtos desinfetantes.
O produto desinfetante será à base de peróxido de hidrogênio (H2O2) na
concentração de 0,5%, que possui propriedades que agem na eliminação do
vírus em objetos e superfícies, também recomendado pela Anvisa.
“Como tudo que está acontecendo nesses tempos de pandemia é praticamente desconhecido, não encontramos na literatura científica sistema similar ao projeto proposto”, pondera o professor.
O invólucro do túnel será construído com placas de PVC, estrutura em
alumínio e com sistema de nebulização por microaspersores, formado por uma
esteira elétrica de rolo e de um cubículo para a desinfecção. Ele ficará na
entrada do campus. Todo o sistema é controlado e automatizado a partir de
vários sensores, visando à redução do consumo de energia, água, e produto
desinfetante. Seu custo total é de aproximadamente R$ 5 mi. “Foi concebido
buscando soluções de baixo custo, usando materiais de fácil aquisição no
comércio local”, ressalta o Alexandre.
Ao lado do túnel foi projetado um lavatório automático para as mãos com
água e sabão. “A ideia é que a pessoa coloque a mochila na entrada do túnel,
lave as mãos e pegue a mochila na saída do túnel, num processo contínuo, sem
atropelos, sem contato com partes do túnel ou do lavatório, e de forma
eficaz quanto à ação de desinfecção”, explica o professor.
Para o professor, o protótipo também poderia ser aplicado em outros locais
de grande acesso de pessoas, após o período de isolamento social.
“Infelizmente, o vírus vai estar presente por longo nesses locais e todo
cuidado na desinfecção de objetos e superfícies e na higienização das mãos é
importante para o combate à covid-19", acredita.
Escrito por Antonio Rodrigues/Diário do Nordeste