PF e CGU cumprem mandados contra desvio de R$ 17,9 mi de recursos da educação em Juazeiro do Norte
Legenda: Três grupos criminosos suspeitos de participarem em processos licitatórios realizados pela Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte, entre os anos de 2018 e 2019 - Foto: Polícia Federal |
As operações "Quadro Negro", "Fruto de Espinho" e "Beremiz" acontece em
Fortaleza, além nos municípios de Irauçuba, Bela Cruz e Barbalha, além de
Belém /PA e São Paulo/SP. Ao todo são cumpridos 31 mandados de busca e
apreensão
A Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) cumprem, nesta
quarta-feira (15), 31 mandados de busca e apreensão no Ceará contra três
grupos criminosos suspeitos de participarem em processos licitatórios
realizados pela Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte, entre os anos
de 2018 e 2019, e que obtiveram elevados lucros de forma indevida. Grupo faz
parte de um esquema que evolve cerca de R$ 17,9 milhões de recursos da
educação do município.
As operações "Quadro Negro", "Fruto de Espinho" e "Beremiz" acontecem em
Fortaleza, além nos municípios de Irauçuba, Bela Cruz e Barbalha, além de
Belém /PA e São Paulo/SP.
Servidores e empresários envolvidos
Segundo as investigações, os grupos estão interligados, sendo compostos por
servidores públicos e empresários que, segundo as investigações, burlaram
processos licitatórios a partir do direcionamento de compras superfaturadas
de kits de livros didáticos, paradidáticos e implantação de solução
gameficada de matemática para a rede pública daquele município.
Operações
A Operação Quadro Negro investiga fraude em licitação por meio da qual
foram contratadas duas empresas de fachada para o fornecimento de kits de
livros paradidáticos destinados aos alunos da rede pública municipal de
ensino, com recursos provenientes do Fundeb, ao custo de R$ 9.403.347,49
milhões.
A Fruto de Espinho apura esquema que beneficiou uma empresa que recebeu o
repasse de R$ 6.297 milhões, por meio de dois processos de inexigibilidade
de licitação. Indícios apontam o favorecimento de agentes políticos e,
ainda, manobras com vistas à lavagem de dinheiro.
A Beremiz investiga a compra direta, também por inexigibilidade de
licitação, de livros paradidáticos de matemática, denominados com aplicativo
digital, ao valor individual de R$ 290, cujos indícios apontam para o
direcionamento de contratação do produto superfaturado, no valor global de
R$ 2,233 milhões, fornecido por uma startup, com sede no estado do
Pará.
As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal do Ceará, em três
inquéritos policiais distintos, e estão sendo cumpridas em caráter
concomitante para a intercomunicação das investigações. Também foi
determinado o bloqueio de valores e bens dos principais envolvidos para
recomposição do dano ao erário.
Os investigados responderão, de acordo com o nível de participação, pelos
crimes de lavagem de dinheiro, inexigibilidade de licitação fora das
hipóteses legais e fraude à licitação pública.
Fonte: Diário do Nordeste