Abrigo de proteção animal enfrenta dificuldades e promove vaquinha online
O abrigo acolhe animais e oferece atendimento e proteção. — Foto: Viviane Lima/Arquivo pessoal |
O Lar TinTin acolhe animais debilitados e tem recebido um baixo volume de doações, após os primeiros meses da pandemia.
No início da pandemia do coronavírus, uma onda de solidariedade contagiou a população cearense, que se organizou para encaminhar doações a quem mais precisa. Porém, após a retomada da economia, o movimento se fragilizou e agora várias organizações de assistência social têm enfrentado desafios para manutenção de suas atuações. Uma dessas instituições, o Lar TinTin, no Eusébio (Grande Fortaleza), acolhe animais debilitados e, conforme a fundadora, Viviane Lima, precisa honrar dívidas incompatíveis com o fluxo atual de arrecadações.
"Este mês e o passado foram os piores. Novembro está sendo o pior. Meu gasto mensal é de R$ 30 mil, e quando chegou no último dia 5, 6, eu só tinha arrecadado R$ 340. Pra você ter ideia, devo R$ 18 mil de boletos de ração. É complicado", expõe Viviane.
Para o abrigo, a situação só melhorou nos primeiros meses da pandemia, devido à quantidade de lives realizadas para a arrecadação de rações.
Segundo Viviane Lima, as doações passaram a diminuir ainda antes de acabar o "lockdown", período mais rígido de isolamento social que ocorreu no mês de maio. "O que me motiva é o amor por esses animais. Mas, sinceramente, não sei mais como fazer [para manter o abrigo]. Por exemplo: devo esses R$ 18 mil de rações. Se eu não pago, não posso comprar. Ganhei algumas rações, mas eu gasto 90 kg por dia. O que tenho agora vai dar até a próxima terça, por exemplo", detalha.
Dedicação
Dedicada à causa de proteção animal há 40 anos, Viviane, que tem 51, conta que começou ainda criança a resgatar cães abandonados. Mineira radicada no Ceará, ela reitera que só o amor pelos bichos sustenta a situação e se vê, hoje, imobilizada diante dos obstáculos.
A exemplo do cão Strupe, o mais velho do abrigo, há vários animais deficientes no Lar TinTin. Alguns têm câncer e aguardam cirurgia e tratamento de quimioterapia. Outros bichos apresentam insuficiência renal hepática, doenças crônicas e limitações provocadas pela idade avançada.
"O Strupe é só mais um. E o mais antigo, foi o meu primeiro resgate em Fortaleza. Agora ele começou a ficar doentinho. Mas na mesma situação dele, tem vários", lamenta a protetora.
Como doar
Para ajudar o LarTinTin, o projeto mantém um perfil no Instagram com um link de acesso à "vaquinha online" para arrecadação de dinheiro para o tratamento dos animais.
Por G1 CE