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“Projeto de Eduardo Cunha”: Cid Gomes já protagonizou polêmicas com novo presidente da Câmara

“Projeto de Eduardo Cunha”: Cid Gomes já protagonizou polêmicas com novo presidente da Câmara

Legenda: Parlamentares trocaram farpas em 2019 - Foto: Roque de Sá e Luis Macedo

Alagoano Arthur Lira (PP) e o senador cearense trocaram insultos em 2019, em meio a discussões sobre partilha de recursos do pré-sal entre estados e municípios

A eleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados gerou reações diversas, mas talvez a imagem que mais marcou a sessão tenha sido a do choro de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao conduzir os trabalhos na Mesa Diretora pela última vez, já desgastado pela disputa de forças que levaria à derrota de seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP).

No entanto, o momento remete também à polêmica entre o deputado alagoano e o senador cearense Cid Gomes (PDT), que, em 2019, em sessão no Senado, falou sobre a relação entre o então presidente Maia e Arthur Lira, a quem chamou de “achacador”, “figura abominável” e “projeto de futuro Eduardo Cunha”. Lira respondeu os insultos e, à época, prometeu levar a briga à Justiça. 

As declarações de Cid foram dadas durante sessão que, em outubro daquele ano, discutia o projeto que definia regras para repartição do bônus do leilão de excedentes da cessão onerosa do pré-sal. Enquanto o relatório de Cid, aprovado no Senado, previa rateio de 15% para estados e 15% para municípios, Lira tentava articular fatia maior para os municípios, via emendas parlamentares, o que irritou o senador. 

"O que está acontecendo lá é que o presidente (Rodrigo Maia) está se transformando em uma presa de um grupo de líderes, liderados por aquele que, podem escrever o que estou dizendo, é o projeto do futuro Eduardo Cunha brasileiro. Eduardo Cunha original está preso, mas está solto o líder do PP que chama, salvo engano, Arthur de Lira, que é um achacador, uma pessoa que no seu dia a dia, a sua prática é toda voltada para a chantagem, é toda voltada para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução dessas dificuldades”, acusou Cid. 

Na oportunidade, o senador afirmou que a situação expunha papel “pífio” do Senado nas decisões nacionais e também criticou o não encaminhamento das pautas do chamado pacto federativo, pacote de medidas para desafogar estados e municípios em relação à questão fiscal.

“A securitização da dívida está há mais de um ano aguardando pauta na Câmara, e, ao que me consta, os líderes, capitaneados pelo senhor Arthur de Lira, não querem, por mesquinharia, por pensamento medíocre atender aos estados brasileiros, porque, no caso dele, o estado é dirigido por uma pessoa de oposição (Renan Filho, do MDB)”, disse Cid à época.  

As críticas foram rebatidas por Arthur Lira na tribuna da Câmara dos Deputados, em tom semelhante. “Eu não sei o que ele tem na cabeça, mas com certeza não são neurônios nem qualquer eletrodo que faça com que o cérebro funcione”, retrucou o alagoano.

“A relatoria dele não é a palavra de Deus. Não quer dizer que esteja certo. Ele não procurou um líder sequer desta Casa para dialogar sobre as mudanças que fez ao seu bel prazer”, apontou Lira, que chamou Cid de "desqualificado, mentiroso, vil, vulgar e irresponsável", e prometeu: “Vai pagar com processo". A assessoria do senador Cid Gomes afirmou desconhecer qualquer ação judicial de Arthur Lira contra ele. 

Apoio 

Assim como Cid Gomes afirmou ter apoiado Rodrigo Maia em sua reeleição em 2019, o PDT, partido do senador, fechou questão em relação à candidatura de Baleia Rossi, candidato de Maia derrotado por Arthur Lira por 302 votos a 145. Semanas atrás, em entrevista ao Diário do Nordeste, Cid já havia deixado claro que seu pensamento em relação a Lira não havia mudado desde a troca de ofensas em 2019.  

“Eu o considero um novo Eduardo Cunha. É o mesmo estilo, da esperteza, da falta de compromissos com o País, e unicamente está pensando em arrancar benefícios do Governo, seja através de cargos ou verbas. Ele sendo eleito, o próprio Bolsonaro está dando um tiro no pé, porque ele será o líder da chantagem ao Governo Bolsonaro”, analisou o senador.

Escrito por Flávio Rovere/Diário do Nordeste

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