Mais avançados que o Brasil no combate à Covid-19, países têm até vacina gratuita para torcedores
Legenda: Gazprom Arena, em São Petesburgo, na Rússia - Foto: AFP |
Em diversos esportes, políticas públicas e privadas tentam dar retomar que foi perdido durante a pandemia: presença de público
Um evento esportivo com arquibancadas cheias parece, atualmente, o retrato de um passado já distante ou a imagem de um futuro incerto.
Pelo mundo, diferentes autoridades e entidades têm adotado medidas para fazer com que o esporte se aproxime do que um dia foi. E em alguns casos começam a vislumbrar possibilidades concretas disso.
O Zenit, da Rússia, está se antecipando até mesmo ao restante de seu país. No começo de março, o clube divulgou uma campanha para oferecer a russa Sputinik a seus torcedores: "Nós iremos oferecer vacinação gratuita em cada um dos nossos quatros jogos restantes em casa na temporada", informou.
Qualquer torcedor acima de 18 anos pode comparecer ao estádio antes das partidas, munido de documentos, e receber o imunizante. Não está claro como o clube confirma qual o time das pessoas.
A Rússia já tem uma das políticas mais permissivas da Europa com relação à torcida, e o Zenit quer colocar até 50 mil pessoas no seu estádio, a Gazprom Arena. O local tem capacidade para 68 mil pessoas e deve sediar jogos da Eurocopa neste ano. Se depender dos russos, com torcida.
BAHREIN TAMBÉM DISTRIBUI VACINAS
Legenda: GP do Bahrein foi disputado com torcedores vacinados - Foto: AFP
Em um estágio mais avançado, o Bahrein, nação do Golfo Pérsico com 1,7 milhão de pessoas, tem cerca de 15% de sua população imunizada.
O país que sediou a primeira etapa da F1 2021 no último domingo (28) ofereceu vacinas da Pfizer/BioNtech a todos os membros do paddock, inclusive para profissionais de imprensa.
O piloto espanhol Carlos Sainz, 26, da Ferrari, e o mexicano Sergio Pérez, 31, da RBR, disseram que tomaram as doses.
Além de oferecer o imunizante, o Bahrein permitiu a presença de torcedores vacinados na corrida. A F1 sinalizou que não pretende alterar seus protocolos de segurança sanitária, pelo menos por enquanto.
EUA COMEÇA A REABRIR ESTÁDIOS
Legenda: O último título dos Chiefs foi em 1970 - Foto: Foto: Timothy A. Claret/AFP
Já nos Estados Unidos, as principais ligas esportivas (que serviram como fontes de dados para cientistas estudarem o vírus) têm divulgado o relaxamento de algumas regras e benefícios às pessoas que tomarem os imunizantes.
Mais de 100 milhões de doses já foram ministradas no país, segundo o CDC (Centro de Controle de Prevenção de Doenças). Nesta segunda (29), o presidente Joe Biden anunciou que 90% da população adulta estará apta para ser vacinada em 19 de abril.
Na NFL, liga de futebol americano, cada um dos 32 times que estiver totalmente vacinado poderá reunir até dez pessoas durante o draft (processo para recrutar universitários), sem o uso obrigatório de máscaras nem distanciamento, além de permissão para beber e comer no local.
Legenda: NBA quer voltar a normalizar atividades - Foto: AFP |
Na NBA, quando uma equipe tiver 85% de seu pessoal imunizado, aqueles protegidos não serão obrigados a usar máscaras nas instalações.
O Miami Heat deve abrir a partir desta semana setores de seu ginásio apenas para torcedores vacinados, com uso obrigatório de máscara, mas regras menos rígidas de distanciamento.
BRASIL SEM PREVISÃO
No Brasil, não há previsão para a vacinação de esportistas, segundo o plano nacional de imunização. De acordo com o Ministério da Saúde, atletas militares terão prioridade na imunização, por serem da ativa. A informação foi inicialmente publicada pelo site GE e confirmada pela reportagem.
"Os atletas paralímpicos terão prioridade se estiverem dentro do grupo de pessoas com comorbidades estipulado pelo plano de vacinação", disse a pasta.
Escrito por JOÃO GABRIEL E LUCIANO TRINDADE/ Folhapress