Instituto Butantan começa testes de soro contra a Covid-19 em humanos ainda este mês
(Foto: Amanda Perobelli/Reuters) |
Os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do composto vão se reunir durante a semana que vem para definir os detalhes do ensaio clínico
O Instituto Butantan vai iniciar já em abril os testes em humanos de um soro contra a Covid-19 feito a partir do plasma do sangue de cavalos expostos ao novo coronavírus. Com os ensaios já em preparação, uma reunião deve ser realizada na próxima semana para definir os últimos detalhes. A informação foi confirmada ao UOL pelo instituto.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval para o início dos testes pelo Butantan na semana passada. Os últimos documentos requisitados pelo órgão já foram entregues à agência e as observações do órgão aos preparativos do estudo estão sendo adotadas pelo instituto.
Em nota, a Anvisa ressaltou que já deu autorização para o início dos testes e que ainda aguarda o Butantan entregar o "termo de compromisso", que determina realização de estudos prévios antes de testar o soro nos voluntários.
Os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do composto vão se reunir durante a semana para definir os detalhes do ensaio clínico.
Sabe-se que o fármaco será aplicado em adultos recém-infectados pela doença, no início dos sintomas, para evitar que eles manifestem quadros graves da doença. Cabe aos cientistas, agora, definir quais serão as doses aplicadas em cada pessoa e em quais hospitais os testes serão realizados.
Nos bastidores do Butantan, o avanço do soro contra a Covid é comemorado tanto quanto o desenvolvimento das vacinas CoronaVac e Butanvac.
Até agora, o soro só foi testado em animais, como hamsters, e atingiu as expectativas dos cientistas em relação à eficácia. Os animais, infectados pelo vírus e após desenvolverem um caso grave, receberam uma dose do soro e apresentaram melhora clínica "muito significativa", principalmente no combate à inflamação nos pulmões, segundo uma fonte que coordena os estudos.
Escrito por Leonardo Martins/Folhapress