Suspeita da variante indiana da Covid no Ceará é descartada, diz ministério
Enfermeira faz exame de coronavírus em Bangalore, em 19 de abril. - JAGADEESH NV / EFE |
Chamada de B.1.617, variante já é apontada como mais transmissível do que a variante britânica, segundo relatório da OMS.
O Ministério da Saúde informou na noite desta quarta-feira (26) que a suspeita da presença da variante indiana da Covid-19 no Ceará está descartada. Conhecida como B.1.617, a variante é mais transmissível do que a variante britânica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Casos dessa cepa foram confirmados em São Luiz, no Maranhão, e um em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Além disso, segundo a pasta, outros três casos suspeitos são monitorados, em Minas Gerais e no Pará, e aguardam a conclusão de sequenciamento genético.
Além do Ceará, suspeitas da variante foram descartadas no Distrito Federal. "Os casos no DF e CE foram descartados para a nova variante", informou o Ministério ao G1.
O caso que o Ministério associa a Campos dos Goytacazes é o do viajante que chegou da Índia ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e foi diagnosticado nesta quarta com a variante indiana do coronavírus.
A variante já foi oficialmente detectada em 49 países e 4 territórios, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado nesta quarta. De acordo com o documento da OMS, a B.1.617 é mais contagiosa em uma comparação inicial com a variante britânica, mas ainda é investigado se ela está relacionada a quadros mais graves de Covid-19 e se ela aumenta o risco de reinfecção.
Mais transmissível
Acredita-se que variante se dissemine mais rápido, mas cientistas ainda não sabem dizer se é mais letal e tenha maior transmissibilidade.
Segundo o boletim semanal da OMS, as "taxas de ataque" da sub-linhagem B.1.617.2 da variante indiana parecem ser superiores às da variante britânica (a B.1.1.7). "Novas evidências estão surgindo de que as taxas de ataque para a variante B.1.617.2 relatadas no Reino Unido entre 29 de março e 28 de abril de 2021 foram superiores ao da B.1.1.7", diz o documento.
A sub-linhagem B.1.617.2 também reduz a eficácia das vacinas da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca, mas os imunizantes ainda são "altamente efetivos", segundo estudo preliminar.
Impacto nas vacinas
As vacinas da Pfizer/BioNTech e de AstraZeneca/Oxford são "altamente efetivas" contra a sub-linhagem B.1.617.2 da variante indiana, segundo um estudo preliminar divulgado no sábado (22).
A conclusão da agência de saúde pública da Inglaterra. O artigo ainda não passou por revisão de outros cientistas e não foi publicado em revista científica.
A pesquisa feita entre 5 de abril e 16 de maio mediu o quanto cada vacina conseguiu reduzir casos sintomáticos de Covid-19 causados pela B.1.1.7 (variante britânica) e pela B.1.617.2.
As principais conclusões foram:
- A vacina da Pfizer/BioNTech teve uma efetividade de 88% contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) duas semanas após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade foi um pouco maior: 93%.
- A vacina de Oxford/AstraZeneca teve 60% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade também foi um pouco maior: 66%.
- Ambas as vacinas tiveram 33% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a primeira dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade de ambas era de 50%.