Senadores cearenses divergem sobre prorrogação da CPI da Pandemia; veja as posições
Legenda: Tasso e Cid assinaram o requerimento de renovação. Girão, por sua vez, não assinou o documento, mas diz não se opor à continuidade da CPI. - Foto: Reprodução |
Cid Gomes e Tasso Jereissati subscreveram o documento. Eduardo Girão não assinou o pedido
Dois dos três senadores cearenses assinaram o requerimento que prorroga a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia por mais 90 dias. Cid Gomes (PDT) e Tasso Jereissati (PSDB) se posicionaram a favor do documento proposto pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (REDE-AP).
Colocando-se como independente - ou seja, nem governista nem oposição -, o senador cearense Eduardo Girão (Podemos) não assinou o requerimento. Em nota, no entanto, o parlamentar argumenta que não se opõe à possível renovação da CPI, "mas é preciso corrigir os rumos da comissão".
"Meu requerimento que deu origem à CPI falava claramente de investigar todos os níveis do Poder Executivo, mas nos primeiros 60 dias de atividade não foi isso o que vimos", disse o parlamentar.
"Recentemente surgiram informações envolvendo o governo federal. Defendo que investiguemos, sem pré-julgamentos e com serenidade. O mesmo procedimento deve ser adotado com os indícios de corrupção em estados e municípios"
EDUARDO GIRÃO
Senador (Podemos)
Nas redes sociais, o também senador cearense Cid Gomes (PDT) se posicionou a favor da prorrogação por entender que ainda há o que se investigar em relação à atuação do governo Bolsonaro na Pandemia.
Assinei o requerimento para a prorrogação da CPI da Pandemia, que está apurando erros e omissões do Governo Bolsonaro no combate à Covid. A omissão e o descaso já estão evidentes, mas ainda há muita coisa para aparecer. A corrupção descarada precisa ser apurada e punida.
— Cid Gomes (@senadorcidgomes) June 29, 2021
Para que haja renovação automática, o requerimento precisa ter, ao menos, 21 assinaturas dos 81 senadores. Na manhã desta terça (29), de acordo com o presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM), já havia número necessário.
A expectativa, segundo ele, é que 40 parlamentares assinem pela renovação dos trabalhos por mais três meses.
Com o prazo inicial de 90 dias, a comissão está atualmente programada para encerrar no dia 7 de agosto. No pedido, Randolfe pondera que o prazo atual seria insuficiente e afirmou ser "imperativo" prorrogar as atividades.
POLÊMICA DA COVAXIN
A CPI, nesta nova fase, busca investigar a ligação do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), com a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde, entre elas a Covaxin, pivô dos embates na comissão na última semana.
A nova linha de apuração é discutida após os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do servidor Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar, na última sexta-feira, 25.
Luis Miranda disse ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro o nome de Ricardo Barros quando o alertou sobre um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. Barros nega irregularidades.
LISTA DE SENADORES QUE ASSINARAM REQUERIMENTO ATÉ ÀS 10H21 DE TERÇA-FEIRA (29)
- 1. Randolfe Rodrigues
- 2. Jorge Kajuru
- 3. Izalci Lucas
- 4. Omar Aziz
- 5. Eliziane Gama
- 6. Fabiano Contarato
- 7. Weverton
- 8. Flávio Arns
- 9. Mara Gabrilli
- 10. Alessandro Vieira
- 11. Zenaide Maia
- 12. Tasso Jereissati
- 13. Plínio Valério
- 14. Otto Alencar
- 15. Oriovisto Guimarães
- 16. Leila Barros
- 17. Jaques Wagner
- 18. José Serra
- 19. Renan Calheiros
- 20. Paulo Paim
- 21. Humberto Costa
- 22. Paulo Rocha
- 23. Rogério Carvalho
- 24. Jean Paul
- 25. Veneziano
- 26. Simone Tebet
- 27. Cid Gomes
- 28. Nilda Gondim
- 29. Reguffe
- 30. Rodrigo Cunha
- 31. Eduardo Braga
- 32. Jarbas Vasconcelos
Escrito por Felipe Azevedo/Diário do Nordeste