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Bolsonaro cogita não disputar eleição se não tiver voto impresso em 2022

Bolsonaro cogita não disputar eleição se não tiver voto impresso em 2022

Rosa Weber autorizou abertura de inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro por possível crime de prevaricação no caso da compra da vacina Covaxin (Foto: divulgação )

Nesta segunda, o presidente afirmou que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, interferiu no Poder Legislativo para barrar o voto impresso no Congresso

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) indicou na manhã desta segunda-feira, 19, que pode desistir da candidatura à reeleição em 2022 caso o Congresso Nacional não aprove o sistema de voto impresso auditável nas urnas eletrônicas. Em discurso em frente ao Palácio da Alvorada, o mandatário voltou a afirmar que "eleição sem voto auditável não é eleição, é fraude".

"Olha, eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar eleição", iniciou Bolsonaro. "Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica...", completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a modificação. O presidente disse ainda que os votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "de forma secreta" e "pelas mesmas pessoas que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível".

Em sua declaração, o presidente também quebrou o tratado firmado com presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no dia 12 de julho. Em reunião, o magistrado pediu que o mandatário "respeitasse os limites da Constituição" e se comprometesse a moderar os ataques aos ministros do STF e TSE. Nesta segunda, o chefe do Executivo nacional afirmou que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, interferiu no Poder Legislativo para barrar o voto impresso no Congresso.

Em sessão tumultuada e marcada por alegações de falhas tecnológicas por deputados da base do governo, a comissão especial da Câmara dos Deputados sobre o voto impresso foi encerrada sem apreciar a proposta na última sexta-feira, 16.

Diante da iminente derrota da proposta, e sob protestos da oposição, o presidente do colegiado, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), encerrou a sessão. A justificativa oficial foi um pedido do relator, Filipe Barros (PSL-PR), que cobrou mais tempo para fazer alterações em seu parecer. Ainda não há previsão para a retomada da sessão.

De autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a PEC do voto impresso é uma das principais bandeiras políticas do presidente, que já deu declarações consideradas golpistas ao dizer que "ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições". A declaração de Bolsonaro desta segunda, todavia, é um recuo em relação às suas declarações sobre a não realização de eleições em 2022. 

FILIPE PEREIRA/O POVO ONLINE

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