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Barbalha instala barreira sanitária em rodoviária para evitar variante delta do coronavírus

Barbalha instala barreira sanitária em rodoviária para evitar variante delta do coronavírus

Barbalha cria barreira sanitária para evitar chegada da variante delta ao município — Foto: Reprodução

Secretaria da Saúde aponta que 80% dos casos da variante delta confirmadas no Ceará têm como estado de procedência o Rio de Janeiro.

O município de Barbalha, na Região do Cariri do Ceará, instalou nesta terça-feira (10) barreira sanitária na rodoviária do município para evitar entrada da variante delta do coronavírus.

De acordo com o coordenador de Vigilância Sanitária de Barbalha, Henrique Albuquerque, além da testagem, a Secretaria de Saúde orienta que os passageiros de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Maranhão, Goiás e Distrito Federal realizem isolamento social por 14 dias após a viagem.

“O município de Barbalha, seguindo as orientações da Sesa, instalou barreiras sanitárias na rodoviária de Barbalha. Estamos com uma equipe fazendo o monitoramento destes passageiros que virão desembarcar no nosso município. A orientação é que os passageiros vindos de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e aí incluiu outros estados como Pernambuco, Maranhão, Goiás, Distrito Federal todos esses precisam independe estar ou não com a Covid-19 realizarem a quarentena de 14 dias”, explicou.

“Além disso os passageiros já assintomáticos, variante delta e com sintomas de gripe comum serão imediatamente testados aqui no nosso trailer. Em caso não apresentarem sintomas iremos realizar testagem por amostragem”, complementou.

Variante com procedência do Rio de Janeiro

Uma nota técnica publicada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa-CE), nesta segunda-feira (9), aponta que 80% dos casos da variante delta (B.1.617) do coronavírus confirmadas no Ceará têm como estado de procedência o Rio de Janeiro.

Na última sexta-feira (6), o governador Camilo Santana (PT) adiantou que o Ceará já registrava 15 casos sequenciados da variante delta; o aumento dos registros impediu o avanço na flexibilização da economia. A variação do coronavírus preocupa cientistas e autoridades sanitárias do mundo todo por ser a mais transmissível das já identificadas até agora.

De acordo com a Sesa, dos 15 casos da delta no estado, 12 vieram do Rio de Janeiro e foram confirmados após exames feitos de forma aleatória no Centro de Testagem de Viajantes do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. A unidade foi montada há um mês, no dia 9 de julho, e todos os casos da variante foram identificados lá.

Além do Rio de Janeiro, viajantes de São Paulo (1), Recife (1) e oriundo do México (1) também testaram positivo. A maioria dos casos são relativos a cearenses que visitaram esses locais.

Neste aspecto, os pacientes que positivaram moram nas cidades de Fortaleza (5), Caucaia (1), Choró (1), Jaguaretama (1), Irauçuba (1), Ipueiras (1), Itapipoca (1), Poranga (1), Sobral (1), Tauá (1) e Paraipaba (1).

No dia 29 de julho, apenas uma semana antes da identificação dos 15 casos, o Ceará registrava apenas quatro sequenciamentos da Delta. O aumento, em sete dias, foi de 275%.

Por causa desse avanço, orientou que viajantes procedentes de estados como Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, além do Distrito Federal façam quarentena de 14 dias após chegada ao Ceará, com automonitoramento de possíveis sintomas gripais.

https://f5cariri.tumblr.com/post/659240568953749504/barbalha-instala-barreira-sanit%C3%A1ria-em-rodovi%C3%A1ria

No Brasil, casos da delta já foram confirmados em 10 estados e no Distrito Federal, conforme o Ministério da Saúde. Já é considerado que o País tem transmissão comunitária da variante, o que significa que ela já está sendo transmitida dentro do território brasileiro de forma sustentada, sem relação com casos vindos de outros países.

Variante mais transmissível de todas

A variante delta, identificada pela primeira vez na Índia em outubro do ano passado, vem preocupando especialistas, países e entidades internacionais, além de brasileiras. Ela é mais transmissível do que as demais variantes que já circulam no Brasil, como a gama, identificada inicialmente em Manaus; e a variante alfa, primeiramente encontrada no Reino Unido.

Potencial de transmissão da variante delta — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/Arte G1

Atualmente, a delta é um dos principais aceleradores da pandemia no mundo, inclusive nos países onde a vacinação está avançada. O novo vírus já circula em, pelo menos, 124 países e já corresponde a 99% dos novos casos confirmados no Reino Unido.

Os cientistas ainda não conseguiram definir se a variante delta provoca mais mortes, contudo, o Reino Unido afirmou que "as primeiras evidências da Inglaterra e da Escócia sugerem que pode haver um risco aumentado de hospitalização".

E a vacina?

Especialistas apontam que a delta é capaz de infectar pessoas que foram totalmente vacinadas, ou seja, que tomaram as duas doses da vacina. Os imunizantes atualmente aplicados não são capazes de impedir a infecção; eles apenas têm efetividade na prevenção de casos graves e óbitos provocados pelo vírus.

Uma pesquisa, assinada por pesquisadores do sistema de saúde do Reino Unido, da Universidade de Oxford e do Imperial College London, aponta que a eficácia da primeira dose das vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca é de 30,7% contra a variante delta — com uma variação de 25,2% a 35,7%.

Frascos das vacinas Pfizer, CoronaVac, AstraZeneca e Janssen, aplicadas em Porto Alegre — Foto: Cristine Rochol/PMPA/Divulgação

Com as duas doses, conforme o estudo, as taxas dos dois imunizantes duplicam e, em alguns casos, quase triplicam contra a delta. No caso da AstraZeneca, a eficácia chega a 67%, com resultados entre 61,3% a 71,8%. No caso da Pfizer/BioNTech, o mesmo índice chega a 88%, com variação entre 85,3% a 90,1%.

Sintomas

De acordo com o estudo Zoe Covid Symptom, no Reino Unido, o sintoma mais comum da Covid por variante delta é a dor de cabeça. Em seguida, vêm dor de garganta, coriza (nariz escorrendo) e febre. Alguns sintomas que eram mais comuns na versão original do coronavírus são menos na infecção pela delta.

O estudo aponta que, nessa nova forma do vírus, não há tantas ocorrências de tosse ou de perda de paladar e olfato.

Por G1 CE

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