Menina de 12 anos com 'coluna em S' dá primeiros passos após cirurgia de correção da curvatura
Fotos mostram antes e depois de cirurgia em menina de Marília (SP) que tinha a 'coluna em S' — Foto: Arquivo Pessoal |
Ana Patrícia Maestrello, de Marília (SP), contou ao g1 que a filha, Agatha Rebeca Mestrello, de 12 anos, já retirou a sonda e o dreno após o procedimento cirúrgico, que durou sete horas. Coluna da menina já ultrapassava os 100 graus de curvatura e comprometia órgãos.
Agatha Rebeca Maestrello, a menina de 12 anos que mora em Marília (SP) e que tem a "coluna em S", já dá os primeiros passos após ter passado por uma cirurgia de correção da curvatura, que já havia ultrapassado os 100 graus desde a primeira consulta médica.
Ao g1, a mãe dela, Ana Patrícia Maestrello, de 35 anos, informou que o quadro clínico de Agatha Rebeca Maestrello, de 12 anos, evoluiu muito bem e que, com ajuda de fisioterapia, ela já deu os primeiros quatro passos e consegue ficar reta.
"Esse momento para nossa família é tão maravilhoso que nos faltam palavras para descrever. A cada minuto, vemos a mão de Deus. Ver nossa filha em pé com a roupa certinha no corpo foi uma experiência fenomenal", disse a mãe.
A jovem também já retirou a sonda e o dreno. Em outro vídeo enviado pela família ao g1, é possível ver o momento em que Agatha se apoia na fisioterapeuta para se levantar pela primeira vez após a cirurgia.
Agatha Rebeca Mestrello, de 12 anos, já consegue ficar reta e deu os quatro primeiros passos após cirurgia de correção da curvatura — Foto: Ana Patrícia Maestrello/Arquivo pessoal |
Na ocasião, a mãe relembra que, inclusive, ficou assustada ao vir a filha reta e constatar sua verdadeira altura. "Nossa, como você está alta. Essa cirurgia cresce, né? Alonga a coluna", dizem os familiares no vídeo.
O médico ortopedista e cirurgião da coluna do Hospital Albert Einstein Luciano Miller, que operou Agatha, confirmou ao g1 que a cirurgia foi um sucesso. Ainda nesta semana, segundo o médico, ela já receberá alta do hospital, e, assim, será possível avaliar quantos centímetros ela cresceu.
Ana Patrícia Maestrello, de Marília, passou por cirurgia de correção da curvatura — Foto: Ana Patrícia Maestrello /Arquivo Pessoal |
Diagnóstico
Agatha foi diagnosticada com Escoliose Idiopática e, para pagar a cirurgia, Ana Patrícia começou a vender bolos desde o fim de agosto de 2021. Até então, o valor para todo o procedimento cirúrgico estava em R$ 150 mil, se fosse realizado em Cuiabá (MT).
A jovem, então, passou por atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo, onde foi indicado um prazo de cinco a dez anos na fila de espera para a operação.
Agatha Rebeca Maestrello, de 12 anos, foi diagnosticada com Escoliose Idiopática; curvatura já havia progredido de 75 para 101 graus — Foto: Ana Patrícia Maestrello/Arquivo pessoal |
Contudo, em cinco meses a curvatura na coluna da menina evoluiu de 75 para 101 graus, o que colocou a família nesta "corrida contra o tempo" para o tratamento. Como consequência ao aumento do grau, a cirurgia chegou a R$ 250 mil em São Paulo.
O próprio cirurgião Luciano explicou ao g1 que que não era possível que a coluna de Agatha permanecesse daquela forma. Afinal, a curvatura já comprimia órgãos e tendia a aumentar.
Ana Patrícia Maestrello, de 35 anos, informou que o quadro clínico de Agatha Rebeca Maestrello, de 12 anos, evoluiu muito bem — Foto: Ana Patrícia Maestrello/Arquivo pessoal |
Cirurgia
Sete meses após o primeiro diagnóstico, a família, enfim, pôde se tranquilizar. Isso porque a cirurgia, realizada na última sexta-feira (11), trouxe esperança e simbolizou um passo em direção à plena recuperação da menina.
O procedimento foi complexo, com sete horas de duração, anestesia geral e pinos. A parte médica foi bancada pelo médico, que se sensibilizou com o caso, porém, a família de Agatha já vinha arrecadando dinheiro para arcar com os custos do tratamento.
Agatha Rebeca Maestrello, de 12 anos, indo ao centro cirúrgico para correção da curvatura da coluna que já ultrapassava 100 graus — Foto: Ana Patrícia Maestrello/Arquivo pessoal |
Por isso, segundo Ana Patrícia, o valor arrecadado de pouco mais de R$ 50 mil, seja com as doações online ou com a venda dos bolos, foi utilizado para dar a entrada ao hospital e para pagar a recuperação pós-cirúrgica.
Conforme Luciano, após o procedimento, a menina deverá comparecer a dez consultas de fisioterapia, além do acompanhamento com o próprio cirurgião, não sendo necessário o uso de colete.
Por Desirèe Assis*, g1 Bauru e Marília