BH é a capital que mais consumiu bebidas alcoólicas no ano passado; veja ranking nacional
Belo Horizonte foi a capital com maior consumo de bebida alcoólica em 2021 (Imagem ilustrativa) — Foto: Giovanna Gomes / Unsplash / Divulgação |
De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, a frequência de consumo abusivo de álcool variou entre 12,8% em Porto Alegre e 25% na capital mineira.
O levantamento mostra que 25,20% dos moradores de BH consumiram mais de quatro doses de bebida alcoólicas em 30 dias. Com isso, a capital lidera o ranking da pesquisa. A segunda colocada é Vitória (ES), com 23,28%, seguida por Cuiabá (MT), com 23,17%.
Já a capital que menos ingere bebidas alcoólicas é Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Apenas 12,8% dos adultos da cidade consumiram mais doses deste tipo de bebida.
Veja o ranking com todas as capitais:
- Belo Horizonte (MG): 25,20%
- Vitória (ES): 23,28%
- Cuiabá (MT): 23,17%
- Distrito Federal (DF): 22,54%
- Salvador (BA): 22,53%
- Palmas (TO): 22,17%
- Porto Velho (RO): 21,74%
- Florianópolis (PA): 21,47%
- Macapá (AM): 20,42%
- Rio de Janeiro (RJ): 19,90%
- João Pessoa (PB): 19,83%
- Campo Grande (MS): 19,77%
- Recife (PE): 19,43%
- Teresina (PI): 18,50%
- Goiânia (GO): 18,39%
- Fortaleza (CE): 18,33%
- Boa Vista (RR): 17,87%
- São Luís (MA): 17,85%
- Aracaju (SE): 17,28%
- São Paulo (SP): 15,82%
- Natal (RN): 15,40%
- Belém (PA): 15,31%
- Curitiba (PR): 15,18%
- Manaus (AM): 14,80%
- Rio Branco (AC): 13,67%
- Maceió (AL): 13,16%
- Porto Alegre (RS): 12,82%
Homens beberam mais
A pesquisa levou em consideração os moradores das capitais brasileiras que consumiram quatro ou mais doses de bebidas alcóolicas, no caso das mulheres e cinco ou mais doses no caso dos homens.
Se for separar por sexo, BH continua liderando a pesquisa com o consumo de álcool entre os homens: 36,21% dos belo-horizontinos consumiram bebidas alcoólicas no período e nas doses pesquisadas no levantamento.
BH é a capital que mais consumiu bebidas alcoólicas no ano passado, segundo pesquisa — Foto: jarmoluk/Creative Commons |
No caso das mulheres, em primeiro lugar na lista das que mais ingeriram bebidas alcóolicas, em 2021, aparecem as moradoras da cidade de Florianópolis, em Santa Catarina: 17, 55% delas se enquadraram no perfil do estudo. As mulheres de BH aparecem em quarto lugar.
Aumento foi percebido em hospitais
Para o psiquiatra e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Helian Nunes de Oliveira, o consumo de álcool é um dos maiores problemas de saúde no Brasil e no mundo.
De acordo com o especialista, não existe nível de consumo seguro de álcool e este aumento apontado na pesquisa é percebido nos hospitais de BH.
"É perceptível aumento do consumo, das demandas nas urgências, nos consultórios, nos hospitais da capital. Não existe nível de consumo seguro de álcool. Muitas vezes o jovem não se hidrata e ainda bebe de estômago vazio, este é um padrão de consumo danoso, que está tendo vulnerabilidade não apenas do indivíduo, mas vulnerabilidade coletiva, da família, da comunidade, e vulnerabilidade programática, do nosso governo, nossos gestores", falou.
E o aumento, segundo o psiquiatra, pode ter sido facilitado pelo contexto da pandemia.
"O que a gente observa é que, na pandemia, os bares estavam fechados e o número de delivery aumentou. Talvez a população tenha migrado para esse tipo de consumo doméstico", disse.
Copo de cerveja sendo servido — Foto: Divulgação |
Helian explicou que o álcool causa efeitos cognitivos, como sintomas de ansiedade, depressão, e se difunde muito facilmente pelo organismo, produzindo lesões no fígado, estômago, intestino, fígado, além de cardiopatias alcoólicas, pois o excesso causa lesão de fibras no coração.
"O consumo deveria ser ocasional, para comemorar em baixas doses", defendeu.
Por Maria Lúcia Gontijo, g1 Minas — Belo Horizonte