Saneamento no Crato: empresa quer antecipar projeto e faz mapeamento 3D na cidade
Legenda: Objetivo do projeto é universalizar serviço de água e tratamento de esgoto no Crato até 2033 - Foto: Camila Lima |
Nova data deverá ser confirmada pela Ambiental Crato (empresa do grupo Aegea) no próximo mês
O projeto de saneamento do Crato, administrado pela Aegea, poderá começar as operações antes do previsto anteriormente pela companhia.
Segundo Renee Chaveiro, diretor-executivo da Ambiental Crato (grupo Aegea), os estudos e análises, que contam com um mapeamento 3D único das unidades na cidade, estão caminhando de forma rápida e a empresa já deverá ter uma nova previsão no próximo mês. Não há, no entanto, ainda, confirmação data.
A estimativa era que a operação começasse após os 6 meses de trabalho conjunto com a Saaec (S/A de Água e Esgoto do Crato), empresa pública e antiga responsável pelo serviço.
Contudo, o processo deverá ser acelerado após o início da operação conjunta (iniciada em maio) e do mapeamento 3D das instalações já existentes no Crato, responsáveis por recolher 33% e tratar 3% do esgoto na cidade.
"A gente tem até 6 meses de operação assistida, mas estamos conversando para antecipar e no próximo mês já devemos ter uma data para assumir a operação e já colocarmos toda a expertise da Aegea para fazer as melhorias necessárias na infraestrutura", disse Renee.
O objetivo é chegar ao patamar de 50% de tratamento de todo o esgoto do Crato em dois anos, o que demandará um investimento de R$ 100 milhões nos primeiros 5 anos de operação da Ambiental Crato. O leilão de concessão da operação prevê um aporte total de cerca de R$ 250 milhões em 35 anos para garantir a universalidade do serviço de água e esgoto na região.
O dado representa um aumento em relação ao indicado pelo vice-presidente de relações institucionais da Aegea, Rogério Tavares, em fevereiro deste ano. Anteriormente, a Aegea indicava um investimento de R$ 75 milhões nos primeiros 5 anos.
MAPEAMENTO E REDUÇÃO DE CUSTOS
Parte do aceleramento dos prazos passa pelas checagens de infraestrutura, realizadas por meio de robôs e por um mapeamento 3D de todas as unidades de tratamento de água e esgoto existentes no Crato.
"No Nordeste não existe nada parecido como esse detalhamento inteligente, nos detalhes mínimos. A gente consegue ter uma rastreabilidade com informações de muita precisão. Tem um levantamento por drone, e por câmeras esféricas em 360°. Já fizemos um levantamento em campo e estamos fazendo uma geral que nos permite saber todos os componentes elétricos. Conseguimos ver dentro dos quadros elétricos e ver em detalhes", disse Renee.
"Isso também é importante para questões da própria concessão, pois a gente recebe um ativo que, às vezes, não está em boa qualidade, mostrando estar em um estado tal, mas no decorrer do processo consegue mostrar como evoluiu", completou.
Legenda: Mapeamento de infraestrutura em 3D ajuda empresa a identificar estado dos ativos no Crato - Foto: Divulgação |
OTIMIZANDO INVESTIMENTO
Além de identificar ativos, o mapeamento em 3D deverá gerar uma otimização dos investimentos e custos de operação, de acordo com Chaveiro. Os primeiros dados indicam, até agora, uma redução de 15% nos custos para os sistemas de elevação de esgoto. Contudo, outros tipos de economia deverão ser registrados ao longo dos anos com o avanço do projeto.
"Nos sistemas de elevação, com esse tipo esgotamento 15% de redução de custos, fora os outros custos à operação que irão ser ainda motivos de avaliação de recuperação e análise de redução de custos e maximação do Capex (Capital Expenditure, da sigla em inglês) investido", explicou o diretor-executivo da Ambiental Crato.
Legenda: Empresa usa robôs para fazer checagem das estruturas atuais de saneamento no Crato - Foto: Divulgação |
REGISTRO DE INFRAESTRUTURA
Apesar das perspectivas positivas, o mapeamento 3D realizado pela empresa também apontou os pontos que precisarão de maiores cuidados e investimentos, indicando estrutura com condições de menor qualidade. Um dos pontos que deverá receber cuidados maiores é o centro do Crato, que, segundo Renee, conta com sistemas mais antigos.
"No centro, a estrutura está mais antiga, a rede coletora tem alguns pontos que precisa de melhorias, mas o foco é melhorar a experiência do cliente e conseguir ter a noção de fazer diagnósticos para solucionar esses pontos e evitar lançamentos indevidos à rede de drenagem e outros problemas", comentou Chaveiro.
Escrito por Samuel Quintela/Diário do Nordeste