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Transmissão da varíola dos macacos não é apenas via sexual; saiba formas de contágios

Transmissão da varíola dos macacos não é apenas via sexual; saiba formas de contágios

Legenda: Lesões de pele são principal sintoma da varíola dos macacos - Foto: Shutterstock

Qualquer pessoa está sujeita a ser contaminada, se exposta às diferentes formas de transmissão da doença.

Com o avanço da varíola dos macacos no mundo, informações falsas têm circulado indicando que a transmissão acontece apenas por relações sexuais, estigmatizando grupos de pessoas, como homens que fazem sexo com homens. Autoridades mundiais de saúde alertam, porém, que isso não é correto.

O Diário do Nordeste reuniu informações de dois dos principais órgãos de saúde do mundo – a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) –, além do Ministério da Saúde (MS), para explicar como ocorre a transmissão da varíola dos macacos.

COMO SE TRANSMITE A VARÍOLA DOS MACACOS?

Entre humanos, o vírus da varíola dos macacos é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados. 

A OPAS destaca que “não se sabe se a doença é transmitida por vias sexuais (sêmen ou fluidos vaginais, por exemplo), mas o contato direto da pele com a pele com lesões durante a atividade sexual pode propagar o vírus”.

As principais formas de transmissão da varíola dos macacos são:

  • Contato físico próximo com alguém que tenha sintomas;
  • Contato com as lesões de pele, fluidos corporais e crostas;
  • Tocar em roupas, roupas de cama e toalhas contaminadas;
  • Utilizar talheres que uma pessoa infectada usou;
  • Contato com a saliva contaminada.

“O vírus também pode ser transmitido da mãe ao feto a partir da placenta, ou de um pai infectado para seu filho após o nascimento através do contato da pele a pele”, acrescenta a OPAS.

Segundo a organização, não está claro se as pessoas assintomáticas podem propagar a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.

É muito importante fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica, para identificação de novos casos e implementação das medidas de isolamento e contenção, assim como o monitoramento de contactantes de casos confirmados.

Apesar do nome, o surto de varíola dos macacos não tem relação com os primatas, como alerta o Ministério da Saúde (MS). A doença pode, porém, ser transmitida de animais para pessoas, quando elas entram em contato físico com um ser infectado, explica a OPAS.

“Os hospedeiros animais são principalmente roedores e primatas. O risco de contrair a doença de animais pode ser reduzido evitando o contato sem proteção com animais selvagens, incluindo sua carne e sangue”, recomenda a organização. 

A OPAS frisa que “em países endêmicos onde os animais portam o vírus, quaisquer alimentos que contenham carne ou partes de animais devem ser cuidadosamente cozidos antes do consumo”. Não é o caso do Brasil.

QUAL A ORIGEM DA DOENÇA?

O vírus Monkeypox, que causa a varíola dos macacos, é um “parente” da varíola humana e considerado uma zoonose - infecção comum em animais, mas que consegue afetar humanos -, como explicou Lauro Vieira Perdigão Neto, infectologista do Hospital São José, em entrevista ao Diário do Nordeste.  

“A novidade é o aparecimento de surtos fora da área de circulação do vírus da varíola dos macacos na África. Agora estamos nos deparando com uma centena de casos fora do usual, na Europa, América do Norte, Oceania e agora casos na América do Sul”, contextualiza.

Apesar do nome, o vírus costuma ocorrer em roedores, mas a primeira detecção foi registrada em macacos de laboratório e por isso o nome da doença.

“A transmissão desses casos ainda está em análise não se sabe exatamente em que momento o vírus saiu e nem o formato da transmissão que ocasionou o surto'', explicou sobre os casos atuais.

COMO PREVENIR A VARÍOLA DOS MACACOS?

  • Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
  • Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
  • Usar máscaras de proteção.

As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.

QUAIS OS SINTOMAS DA VARÍOLA DOS MACACOS?

Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a OMS, e desaparecem por conta própria, sem tratamento. 

“Recém-nascidos, crianças e pessoas com imunodepressão pré-existente correm o risco de sintomas mais graves e de morte por varíola dos macacos. Profissionais de saúde também estão em maior risco devido à maior exposição ao vírus”, alerta a OPAS.

Os principais sintomas da varíola dos macacos são:

  • Lesões na pele (erupções cutâneas);
  • Febre de início súbito;
  • Inchaço dos gânglios, popularmente chamado de “ínguas”;
  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares e nas costas;
  • Calafrios;
  • Exaustão;

  • Feridas na região genital, no ânus e na boca.

O período de incubação do vírus monkeypox é “tipicamente de 6 a 16 dias”, mas pode chegar a 21 dias, como explica o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é o período que o paciente pode manter sem sintomas após ter contraído o vírus.

As lesões na pele, principal característica da doença, tendem a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Podem também ser encontradas na boca, genitais e olhos, segundo a OMS.

A VARÍOLA DOS MACACOS TEM CURA?

Os sintomas da doença costumam desaparecer naturalmente e não há tratamento específico para varíola dos macacos, mas o acompanhamento médico pode controlar os efeitos da doença e evitar sequelas.

É importante cuidar da erupção deixando-a secar, se possível, ou cobrindo-a com um curativo úmido para proteger a área, se necessário. Evite tocar em feridas na boca ou nos olhos.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE

Mesmo sem tratamento específico, um antiviral desenvolvido para tratar a varíola dos macacos, o tecovirimat - comercializado como TPOXX - foi aprovado para uso.

Fonte: Diário do Nordeste

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