Para PT, privatizar Correios está 'completamente fora de cogitação'
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Os Correios não serão privatizados, diz Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações de Dilma Rousseff e do Planejamento de Lula. Ele coordena o grupo técnico de Comunicações na transição petista.
CORREIOS VÃO AONDE EMPRESAS PRIVADAS NÃO IRIAM
- A privatização dos Correios foi iniciada no governo Bolsonaro, mas está parada.
- Os Correios estão em todos as cidades do país e entregam correspondência em qualquer lugar, o que uma empresa privada não faria, segundo Bernardo.
- Para privatizar os Correios, seria necessário criar uma empresa pública para entregar onde as outras não querem ir.
- A empresa tem a obrigação de entregar cartas, mas também pode ampliar a divisão de transporte de produtos (na qual a margem de lucro é maior)
Ninguém quer disputar o mercado da Amazônia. As empresas querem discutir a privatização dos Correios para tirar o concorrente do Rio e de São Paulo.
- Paulo Bernardo.
Ninguém quer disputar o mercado da Amazônia. As empresas querem discutir a privatização dos Correios para tirar o concorrente do Rio e de São PauloPaulo Bernardo
A privatização exclui serviço de regiões perigosas. Em locais como alguns morros do Rio de Janeiro, as empresas privadas de logística postam encomendas nos Correios para que a estatal faça a entrega, diz Bernardo.
QUAIS OS DESAFIOS PARA A EMPRESA?
- Reduzir custos da operação e aumentar a margem de lucro para se tornar mais competitiva
- Investir em modernização
A equipe de Lula está avaliando todas as contas da empresa, como despesa com os 85 mil funcionários e distribuição de dividendos.
Na Europa os correios têm atividades múltiplas: entregam cartas, e além disso, têm banco, financeira, empresas de logística como a DHL [na Alemanha]. Temos que investir mais e fazer modernização, mas se tirar os Correios do mercado vai ter que arranjar outra para fazer.
- Paulo Bernardo.
RAZÕES PARA PRIVATIZAR, SEGUNDO O GOVERNO BOLSONARO
- Melhorar a eficiência dos serviços postais no país diante das dificuldades de o governo fazer investimentos para o setor.
- Incerteza quanto à autossuficiência e capacidade de investimentos futuros por parte dos Correios.
- Evitaria gastos públicos com investimentos de R$ 2 bilhões ao ano.