Venda de veículos usados no Brasil cai 12% e fecha 2022 com 13,3 milhões de unidades
Loja de carro usado - Foto: Divulgação HPoint |
Mesmo com queda, associação dos lojistas diz que resultado foi "bom" diante de cenário com guerra na Ucrânia e instabilidade política.
O ano de 2022 terminou com queda nas vendas de veículos usados. De acordo com a Fenauto, a associação dos lojistas do setor, foram negociados 13.297.958 automóveis, comerciais leves, pesados e motos, número 12% menor do que as 15.106.724 unidades vendidas em 2021.
Apesar de o mercado de usados ter caído, a Fenauto classificou o resultado de 2022 como “bom”.
“Nossa previsão era a de que o ano terminasse com um total entre 13 milhões e 13,5 milhões de unidades comercializadas, o que se confirmou. Consideramos o resultado bom por conta das incertezas e instabilidades que a economia sofreu com a Guerra na Ucrânia, o aumento dos juros, uma maior restrição ao crédito e ao cenário político nas eleições presidenciais”, disse, em nota, Enilson Sales, presidente da entidade.
Ao separar os números por categorias, a menor queda foi do setor de motos usadas. Foram 2,9 milhões de unidades negociadas em 2022 – 9,4% menos do que as 3,2 milhões de motocicletas vendidas em 2021.
Já o segmento de automóveis caiu 12,7%, passando de 9,5 milhões de carros usados e seminovos vendidos para pouco mais de 8,3 milhões de exemplares.
Também é possível identificar uma mudança no comportamento do público em relação ao tempo de uso dos veículos usados e seminovos negociados em 2022.
Carros com mais de 10 anos de uso estão entre os favoritos dos brasileiros — Foto: Divulgação |
Se em 2021 os veículos com pelo menos 13 anos de uso, chamados pela Fenauto de “velhinhos”, representaram um terço das vendas, bem à frente das demais categorias, em 2022 os brasileiros buscaram modelos mais novos.
Dessa forma, houve praticamente um empate entre os velhinhos, com 30,4% das vendas totais, e os usados jovens (quatro a oito anos de uso), com 29,9%. Na sequência, aparecem os usados maduros, (nove a 12 anos de fabricação), com 24,5% e os seminovos (zero a três anos), com 15,2% (veja gráfico abaixo).
Foto: Reprodução |
Reportagem de André Paixão/Auto Esporte/Globo